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terça-feira, 1 de julho de 2014

Nem parece morte...

O Bosque In Memorian está localizado
 no Crematório Parque Saint Hilaire
Há alguns anos começaram a pipocar no Brasil serviços que transformam os velórios em pequenos espetáculos, com execução de harpa ou violino ao vivo, chuva de pétalas de rosa, revoada de pombos, bufê, música ambiente, transmissão pela internet e efeitos especiais (em um auditório, parentes e amigos assistem ao caixão ser elevado por uma sistema mecânico até sumir por uma abertura no teto, como se chegasse ao céu). 

Como bem diz o proprietário de uma funerária ouvido pela Folha de S. Paulo, as empresas passaram a tratar a morte “como mais um evento social, nesse caso o último da pessoa e o mais importante”.

Crematórios não ficam atrás. As cinzas podem ser transformadas em pedras semelhantes a diamantes ou espalhadas pelo espaço sideral, graças à parceria de empresas brasileiras com funerárias americanas. Já uma artista plástica oferece também a possibilidade de pintar quadros usando as cinzas como uma de suas matérias-primas.

Mesmo as homenagens aos que se foram têm sido, digamos, repaginadas. Em alguns cemitérios de São Paulo, o Dia de Finados tem sido transformado em acontecimentos familiares nos quais psicólogos falam às crianças sobre o luto – não sem antes elas terem passado por pula-pulas e outros brinquedos típicos e “biscoitos da saudade” terem sido oferecidos aos visitantes. Cemitérios paulistas, aliás, têm se esforçado para se parecerem mais com aprques, com imensas áreas verdes nas quais se encontram os túmulos.(...)

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